I Cento Anni di Zélia Gattai 1916-2016
Fabio Porta
Fondo Gattai/FCJA
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

Per ricordare e rendere omaggio alla figura della scrittrice, memorialista e fotografa brasiliana Zélia Gattai, desidero essenzialmente rendere una mia testimonianza diretta. La personalità artistica e umana di Zelia Gattai, da subito avvertita nella sua esemplarita’, accompagna infatti buona parte della mia esistenza e per intero gli anni oramai numerosi della mia interazione, professionale e affettiva, con il Brasile.

Da quando, appena uscito dall’universita’, mi sono recato in questa terra straordinaria – ove appariva e appare evidente il contributo lasciato dai nostri connazionali, numerosissimi, allo sviluppo e alla modernizzazione del Paese - sino ai successivi impegni pubblici, come Vice Presidente del Comites di San Paolo e quindi deputato  per due legislature (con l’incarico a me particolarnente caro di Presidente del Comitato per gli Italiani nel Mondo), Zelia e’ stata un mio punto di riferimento costante, una chiave di lettura formidabile per comprendere la complessita’ del Brasile, una fonte di ideali e di quell’ottimismo della volonta’, che risulta imprescindibile per poter operare in un paese cosi’ grande e variegato.

Il primo libro importante che ho letto (e ho amato) nella mia esperienza in Brasile e’ stato "Anarchici, grazie a Dio", che, come ebbe a scrivere il “marito, maestro e amore” (cosi’ Zelia amava definire Jorge Amado), costituisce indubbiamente la descrizione piu’ vibrante della vita quotidiana di una famiglia di emigranti italiani a San Paolo nei primi decenni del secolo scorso, con sullo sfondo la crescita di una citta’ che in quegli anni stava trasformandosi in metropoli, nelle costruzioni, negli spazi, ma anche nelle sue profonde contraddizioni sociali. Su tutto questo domina la forza del pensiero nuovo e democratico apportato dagli anarchici italiani, il sogno di una maggiore giustizia sociale, che Zelia aveva respirato bambina e che l’accompagnera’ per tutta la vita.

La descrizione, cosi’ vivida nelle pagine di Zelia Gattai, della vita dei nostri laboriosi connazionali, passati in pochi decenni dalle piantagioni di caffe’ a dare impulso alla nascente industrializzazione di San Paolo, unita alle riflessioni geniali di Levi-Strauss (che nei suoi Tristi tropici aveva proprio nella metropoli paulistana il “laboratorio” ove forgiare gli strumenti della nascente antropologia culturale) credo che rappresentino gli elementi genetici piu’ importanti del mio “amore per il Brasile”.

Ho detto volutamente Brasile, non limitandomi al solo stato di San Paolo, e anche in questo Zelia mi e’ stata da guida. La vita, il comportamento e le idee (assolutamente internazionaliste) di Zelia Gattai, paulistana di nascita e baiana per amore, hanno avuto infatti sempre un carattere cosmopolita, come provano le amicizie che negli anni aveva saputo intrattenere. La celebra Casa do Rio Vermelho, adesso meta di pellegrinaggio da parte di turisti e studiosi, sotto le sue attente cure, era divenuta appunto il porto dove approdavano intellettuali e artisti da tutto il mondo. Una prova ulteriore di come i nostri emigranti non si sono mai “ghettizzati” in Brasile, ma, divenuti brasiliani, hanno continuato a guardare lontano, oltre i mari.
Per tutto questo, per la tua semplicita’ e per la tua passione mai estinta: grazie, Zelia!

 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fabio Porta. Laureato in Sociologia Economica presso l’Università “La Sapienza” di Roma. Dal 1982 al 1986 Segretario Nazionale del Movimento di Azione Cattolica. Dal 1987 al 1994 lavora presso la Unione Italiana del Lavoro, occupandosi di emigrazione, immigrazione e cooperazione allo sviluppo. Nel 1995 inizia la sua esperienza “brasiliana” trasferendosi in quel Paese come coordinatore di un progetto di cooperazione dello sviluppo del Ministero degli Esteri; dal 1999 è Presidente del Patronato ITAL-UIL in Brasile e Coordinatore della Unione Italiani nel Mondo in Sudamerica. Dal 2004 eletto nel COMITES (Comitato degli italiani all’estero) di San Paolo, divenendone Vice Presidente. Eletto nel 2008 nelle liste del Partito Democratico come deputato al Parlamento italiano per la Circoscrizione Estero (Ripartizione America Meridionale); è attualmente Presidente del Comitato Permanente per gli Italiani nel Mondo e per la Promozione del Sistema Paese della Camera dei Deputati. Presidente della Associazione di Amicizia Italia-Brasile


© SARAPEGBE                                                             
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione

 

-------------------------------------------------------------------------------


TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

Os cém anos de Zélia Gattai
por
Fabio Porta


                                                             
                                                            Fondo Gattai/FCJA
 
Para lembrar e prestar homenagem à escritora, memorialista e fotógrafa brasileira Zélia Gattai, gostaria dar um meu testemunho . A personalidade artística e humana de Zélia Gattai foi logo conhecida por suas carateristicas. Acompanha de fato, boa parte da minha existência e por inteiro acompanha os muitos anos da minha interação, profissional e afetiva, com o Brasil.

Desde quando, licenciado pela universidade, viajei para esta Terra extraordinária - onde existe com toda evidencia a contribuição dos nossos compatriotas, para o desenvolvimento e modernização do país - até meus compromissos públicos, antes como Vice-Presidente dos Comitês de São Paolo e, em seguida, como deputado por dois mandatos (e com o cargo de Presidente do Comitê para os Italianos no Mundo), Zélia foi para mim um ponto de referência constante, uma chave de leitura fantástica para a compreensão da complexidade do Brasil, um berço de ideais e daquele "otimismo do querer" que é essencial para agir em um país tão imenso e variado.   

Na minha experiência no Brasil, o  primeiro livro importante que li e amei foi "Anarquistas, graças a Deus", que, conforme escreveu o " marido, professor e amor " dela (assim Zélia gostava definir Jorge Amado) é sem dúvida uma descrição vibrante do cotidiano de uma família de imigrantes italianos na São Paulo das primeiras décadas do século passado, tendo como pano de fundo o desenvolvimento de uma cidade que estava se tornando na época uma metrópole, nas construções, nos espaços, como também nas suas profundas contradições sociais. Mas sobre tudo dominava a força do novo e democrático pensamento trazido pelos anarquistas italianos, com o sonho de uma  justiça social maior que Zélia respirou desde criança, e que a acompanhou pela vida inteira. 

Acho que os elementos mais importantes do meu "amor genético para o Brasil" sejam representados pela descrição viva, nas páginas de Zélia Gattai, da vida dos nossos compatriotas que trabalhavam duro, e que em poucas décadas, depois das lavouras de café passaram a impulsionar a industrialização nascente de São Paulo. São essas descrições que, junto com as reflexões brilhantes de Lévi-Strauss (que em sua obra "Tristes Tropicos" tinha na metrópole paulistana o "laboratório", no qual forjava os instrumentos de antropologia cultural emergente) representam meu "amor genético para o Brasil". 
 
Escrevi propositalmente Brasil, não querendo me limitar apenas ao estado de São Paulo, pois também por isso Zelia foi um guia para mim. A vida, o comportamento e as idéias internacionalistas de Zélia Gattai, paulistana de nascimento e baiana por amor, tinham de fato sempre um caráter cosmopolita, como revelam as amizades que ao longo dos anos ela conseguiu entrelaçar. A famosa Casa do Rio Vermelho, que agora virou uma meta para turistas e estudiosos, sob o seu cuidado, tornou-se um porto onde desembarcaram intelectuais e artistas do mundo inteiro. Mais uma prova do fato que os nossos emigrantes nunca formaram no Brasil "guetos", mas tornaram-se brasileiros que continuavam sempre olhando para longe, para além dos mares.
Por isso tudo, por tua simplicidade e por tua paixão que nunca morreu: obrigado, Zelia!




© SARAPEGBE
É proibida a reprodução, mesmo que parcial, dos textos publicados na revista sem a explícita autorização da Direção


 
Traduzione di A.R.R.
Fabio Porta. Formado em Sociologia Economica na Universidade “La Sapienza” de Roma. De 1982 até 1986 Segretario Nazionale del Movimento di Azione Cattolica. De 1987 até 1994 na Un ione Italiana del Lavoro, e se ocupa de emigraçao, imigraçao e cooperaçao para o desenvolvimento. Em 1995 começa sua experienza "brasileira" e se muda para aquele Pais para coordenar um projeto de cooperaçao para o desenvolvimento do Ministerio do Extersior da Italia. Desde 1999 è Presidente del Patronato ITAL-UIL in Brasile e Coordinatore da Unione Italiani nel Mondo in Sudamerica. Desde  2004 foi eleito no COMITES (Comitato degli italiani all’estero) de Sao Paulo como Vice Presidente. Eleito em  2008, no Partito Democratico, como deputado no Parlamento italiano para a Circoscrizione Estero (Ripartizione America Meridionale); atualmente è  Presidente del Comitato Permanente per gli Italiani nel Mondo e per la Promozione del Sistema Paese della Camera dei Deputati. Além disso è Presidente da Associazione di Amicizia Italia-Brasile.