“Môa, Raíz Afro Mãe” al Festival del Cinema Brasiliano di Parigi
Documentario su Mestre Môa do Katendê
Duda Tawil
TESTO IN ITALIANO (Texto em português)
Il
Festival del Cinema brasiliano di Parigi si è svolto dal 4 all’11 aprile 2023 al
Cinema L'Arlequin, organizzato dall'
Associazione Jangada, diretta da Kátia Adler. La presentazione dei films e documentari è stata curata dall'attore portoghese José Brion. Nel ricco programma di questa 25a edizione, alla presenza del regista Gustavo McNair e del produttore Filipe Machado, è stato presentato il documentario del 2022 “Môa, Raíz Afro Mãe”, che ripercorre la vita e il lascito del
Maestro Môa do Katendê, uno dei più grandi nomi della nostra cultura, assassinato nel 2018 da un estremista di destra, a Salvador Bahia, nel suo quartiere di Engenho Velho de Brotas.
Attraverso immagini magistralmente documentate dei viaggi di Môa, pensieri e testimonianze di familiari, amici, artisti e studiosi della cultura afro-brasiliana, nel suo primo lungometraggio, il regista di São Paulo riscatta l'importanza del musicista, compositore, cantante, capoeirista, educatore artistico, fondatore dell’
Afoxé Badauê a Salvador Bahia alla fine degli anni ‘70. Môa ispirò molti artisti, fondamentali come lui per l'effervescenza della cultura afro-brasiliana che si affermava nelle strade: a partire dal Candomblé, alla cui fonte lui bevve durante l’ infanzia, fino all'emergere dei
blocos Afro e Afoxé - "Candomblé de rua", al riconoscimento di grandi nomi delle arti, ai suoi soggiorni a São Paulo, al suo ritorno alla capitale di Bahia, ai seminari in tutto il mondo, che realizzò annualmente fino alla sua triste scomparsa.
Gustavo McNair e Filipe Machado.
Foto: Duda Tawil
Il documentario si immerge con sensibilità nell'universo della cultura afrobrasiliana e ripercorre alcune sequenze storiche del Carnevale, la settimana afro a Porto Alegre dei primi anni '80, i circoli di capoeira al Dique do Tororó, tra dichiarazioni di personaggi brasiliani quali Gilberto Gil, Lazzo Matumbi, Alberto Pitta, Arlette Soares, Goli Guerreiro, Vovô do Ilê, Emília Biancardi, Márcia Short, Letieres Leite, artisti e registi del “Badauê” e molti altri. Sfilano anche immagini dei Filhos de Gandhy, di Caetano Veloso, che negli anni '80 incise la canzone di Môa “Badauê” nell'album “Cinema Transcendental” (e compose il pezzo “Beleza Pura” per il gruppo “A Cor do Som”). E poi, testimonianze del ballerino e coreografo Negrizu “o moço bonito do Badauê”, e artisti della nuova generazione come i musicisti del gruppo “Baiana System” e la cantante Luedji Luna.
Il regista Gustavo McNair ha raccontato che il progetto del documentario risale all'inizio del 2018, anno della morte di Môa (avvenuta in ottobre), le interviste con l'artista iniziarono con le riprese a febbraio, e i finanziamenti furono approvati solo a dicembre di quell'anno, quando Môa già non era più tra noi. La pandemia ha ritardato tutto il processo, come è accaduto per tanti altri progetti. Il documentario è stato completato solamente alla fine dello scorso anno. La maggior parte dell’equipe è di Salvador.
Il documentario è stato presentato al pubblico nel novembre 2022 al Festival Panorama Coisa de Cinema di Salvador, con due sessioni esaurite e con gente all'esterno, al Cine Metha Glauber Rocha, nel cuore di Piazza Castro Alves. “E’ stato bellissimo e non poteva esserci un debutto migliore. Sono venuti quasi tutti quelli che hanno partecipato al film. Siamo riusciti a far venire anche i bambini del Colégio Estadual Môa do Katendê, del quartiere Engelho Velho de Brotas. L'insegnante, direttrice della scuola, ha pianto ed ha ringraziato molto”, ricorda commosso il regista.
Parigi, capitale culturale del mondo, è stata letteralmente il primo schermo internazionale: “L'importanza di partecipare qui è dovuta al fatto che Mestre Môa aveva un rapporto molto forte con la Francia. Dal 2016 si recava qui ogni anno per corsi di capoeira, come in Germania e Argentina. Amava molto la Francia e Parigi. Nel documentario c’è una ripresa in cui vedi lui vicino alla Torre Eiffel e nei titoli di coda dice "merci beaucoup". Ho pensato che qui ci doveva essere un forte interesse per la capoeira. Altri suoi colleghi vivono qui, come il maestro Valdeck che integra il documentario. Lui credeva che qui ci fosse molta forza. Questo festival vuole valorizzare la nostra cultura, risollevare il Brasile attraverso la musica”, aggiunge Gustavo McNair.
Cinema L'Arlequin - Paris.
Foto: Duda Tawil
La serata vide la presenza del giornalista brasiliano Nelson Motta, ospite d'onore; l'attrice Maria de Medeiros, l'ex giocatore Raí della Fondazione Gol de Letra, il promotore culturale Robertinho Chaves della Lavagem da Madeleine a Parigi e Santo António a Lisbona, il coreografo di Cachoeira Dimi Ferreira, l'ex ministro della Giustizia francese Christiane Toubira, il conduttore del programma radiofonico "Décalage Horaire - 100% Brésil" su 106.3 FM Stéphane Nins, e un pubblico di 3.200 persone.
Ricordiamo infine, che il documentario era stato presentato in anteprima nell'ottobre 2022 al Cine Petra Belas Artes di San Paolo, al momento della morte di Môa, ha poi partecipato al Festival Alter do Chão nello stato brasiliano del Pará, e sarà nel circuito commerciale brasiliano a partire dall’8 agosto. Maggiori informazioni: @mestremoaraizafromae e @kanafilmes; https://www.instagram.com/mestremoaraizafromae/.
Traduzione dal portoghese di A.R.R.
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TEXTO EM PORTUGUÊS (Testo in italiano)“Môa, Raíz Afro Mãe” al Festival del Cinema Brasiliano di Parigi: o Documentário sobre Mestre Môa do Katendê
por
Duda Tawil
O
Festival de Cinema Brasileiro de Paris aconteceu de 4 até 11 de abril de 2023 no
Cinema L'Arlequin, organizado pela
Associação Jangada, que tem na direção Kátia Adler. A apresentação dos filmes foi feita pelo ator português José Brion. No rico programa desta 25ª edição, na presença do realizador Gustavo McNair e do produtor Filipe Machado, foi apresentado o documentário “Môa, Raiz Afro Mãe”, de 2022, que retraça a vida e o legado de um dos maiores nomes da nossa cultura,
Mestre Môa do Katendê, assassinado em Salvador em 2018, no seu bairro do Engenho Velho de Brotas, por um extremista de direita.
Através de muitas imagens magistralmente documentadas de seu percurso, pensamentos de Mestre Môa e depoimentos de vários familiares, amigos, artistas e estudiosos da cultura afro-brasileira, o diretor paulista, em seu primeiro longa-metragem, resgata a importância do músico, compositor, cantor, capoeirista, educador artístico e fundador do
Afoxé Badauê em Salvador no final dos anos
70. Môa foi inspirador de tantos artistas, como ele fundamentais para a efervescência da negritude que se afirmava nas ruas, a partir do Candomblé onde bebeu na fonte desde a sua infância, ao surgimento de outros blocos afros e afoxés – “o Candomblé de rua”, o reconhecimento de grandes nomes das artes, um mundo de possibilidades, sua ida e temporada em São Paulo, a volta à capital baiana e oficinas pelo mundo afora, que fazia anualmente até seu triste desaparecimento.
O filme mergulha com sensibilidade no universo da cultura negra, como por exemplo sequências hoje históricas do carnaval, da Semana Afro de Porto Alegre no início dos anos 80, as rodas de capoeira no Dique do Tororó, entre as falas de nomes como Gilberto Gil, Lazzo Matumbi, Alberto Pitta, Arlette Soares, Goli Guerreiro, Vovô do Ilê, Emília Biancardi, Márcia Short, Letieres Leite, artistas e diretores do Badauê, e tantos mais. Também imagens dos Filhos de Gandhy, de Caetano Veloso, que gravou sua música “Badauê” no álbum “Cinema Transcendental” nos anos 80, e compôs “Beleza Pura” para A Cor do Som, do dançarino e coreógrafo Negrizu “o moço lindo do Badauê”, até artistas da nova geração como os músicos da Baiana System e a cantora Luedji Luna.
Gustavo McNair e Filipe Machado.
Foto: Duda Tawil
Gustavo conta que o projeto de filmagem data do início de 2018 (ano da morte de Môa em outubro), entrevistas com o artista com quem começou a filmar em fevereiro, e teve financiamento oficial aprovado em dezembro daquele ano, quando Môa já não estava entre a gente. Como em tantos projetos, a pandemia atrasou no processo, até sua conclusão no final do ano passado.
A maior parte da equipe é baiana, e ele estreou para o público em novembro passado no Festival Panorama Coisa de Cinema de Salvador, com duas sessões lotadas, e gente do lado de fora, no Cine Metha Glauber Rocha, em plena Praça Castro Alves. “Foi lindo e não podia ser uma estreia melhor. Quase todo mundo que participa do filme foi, um sucesso. Conseguimos fazer com que crianças do Colégio Estadual Môa do Katendê, do Engelho Velho de Brotas, fossem. A professora, diretora da escola chorou e agradeceu muito”, relembra o emocionado diretor.
Paris, a capital cultural do mundo, foi a primeira telona, literalmente, internacional: “A importância de participar aqui é porque Môa tinha uma relação muito forte com a França, vinha pra cá todos os anos desde 2016 para oficinas de capoeira, aqui e na Alemanha e Argentina. Gostava muito da França e de Paris, tinha carinho. Tem foto dele no filme na Torre Eiffel e você escuta ele falar “merci beaucoup” nos créditos. Achava que aqui tinha um movimento forte de apreço pela capoeira. Parceiros dele moram aqui como o mestre Valdeck que também tá no filme. Ele achava que aqui tem muita força. E este festival tá querendo valorizar a nossa cultura, levantar o Brasil de novo através da música”, diz Gustavo. O filme foi prestigiado pelo jornalista Nelson Motta, convidado de honra; a atriz Maria de Medeiros, o ex-jogador Raí da Fundação Gol de Letra, o agitador cultural Robertinho Chaves da Lavagem da Madeleine de Paris e de Santo António de Lisboa, a coreógrafa cachoeirana Dimi Ferreira, a ex-ministra da Justiça da França Christiane Toubira, o apresentador do programa de rádio "Décalage Horaire - 100% Brésil" na 106.3 FM Stéphane Nins, e um público de 3.200 pessoas.
Destacamos que o filme teve pré-estreia em outubro de 2022 para convidados no Cine Petra Belas Artes em São Paulo, na época da morte de Môa, depois participou do Festival de Alter do Chão no Pará, e estará no circuito comercial de todo o país a partir do dia 8 de agosto. Mais informações:
@mestremoaraizafromae e @kanafilmes; https://www.instagram.com/mestremoaraizafromae/.