“Il nostro Eduardo”: docufilm dell’Arte e della Vita
Antonella Rita Roscilli
NuoviPercorsi/Sarapegbe, 3 novembre 2024
“Il nostro Eduardo”, docufilm con la regia di Didi Gnocchi e Michele Mally è stato presentato il 31 ottobre al Cinema Farnese Arthouse di Roma, in occasione del quarantesimo anniversario della scomparsa del grande drammaturgo napoletano Eduardo De Filippo. La serata, introdotta dal critico cinematografico Maurizio Di Rienzo, ha visto gli interventi della scenografa Raimonda Gaetani, dell'attrice Angelica Ippolito, e della regista e sceneggiatrice del film, Didi Gnocchi. Il docufilm vuole celebrare la figura del grande maestro il cui teatro è oggi più che mai contemporaneo, con tematiche, valori e dinamiche attuali.
Nato a Napoli il 24 maggio 1900, Eduardo ha saputo raccontare con profondità la crisi della famiglia, i rapporti generazionali, la lotta tra verità e finzione in un mondo competitivo e alienante. La sua biografia viene raccontata dalla sua stessa famiglia, attraverso i ricordi dei nipoti Matteo, Tommaso e Luisella, figli di Luca De Filippo, che hanno aperto i cassetti della memoria per svelare fotografie, lettere e filmati inediti che ritraggono il vero Eduardo, lontano dalle narrazioni tradizionali e trasfigurate dal tempo.
Questa narrazione ci rivela un Eduardo profetico, visionario e intriso di un’umanità straordinaria. L’attenzione alla verità, la denuncia delle ingiustizie e la ricerca di una via d’uscita attraverso il dialogo, sono solo alcuni dei valori che in tutta la sua vita ha difeso e messo in scena. Le sue opere ci portano a riflettere sull'importanza della parola e del confronto nell’epoca odierna in cui notizie false e manipolazioni mediatiche affliggono la nostra quotidianità.
Foto di A.R.R.
La delicata e intensa sceneggiatura creata da Didi Gnocchi, Tommaso De Filippo, Maria Procino e Matteo Moneta, con un ritmo sorprendente, sottolineato dalle intense musiche di Nicola Piovani, cala lo spettatore nella storia dell’uomo e al contempo dell’artista, mostrando biografia ed attività artistica come un unicum, immerso nel contesto storico in cui Eduardo agì e visse.
Eppure, tutto si rivela attuale ed universale per le tematiche ed i valori che fuoriescono dalla sua vita e dalle sue commedie teatrali. Un uomo che visse per il teatro e per esso lottò alacremente, come nell’epoca in cui riuscì a riscattare l’abbandono del teatro “Ferdinando II” nella sua amatissima Napoli. Un uomo che soffrì quando dovette affrontare la morte improvvisa di sua figlia Luisella, ma fortemente impegnato anche nel sociale con le sue attività per i ragazzi disagiati napoletani.
Insieme ai fratelli Peppino e Titina, anch’essi dediti all’arte del palcoscenico, era figlio illegittimo di Eduardo Scarpetta, il più famoso attore e commediografo dell’epoca. Visse perciò un’infanzia complessa in cui il teatro ben presto divenne cura e terapia della sua anima, straordinario osservatorio delle anime dell’uomo moderno, volubile, pronto al compromesso, contraddittorio, fragile, ma sempre in cerca di una via d’uscita. Eduardo, il più geniale e intellettuale dei tre fratelli, fu amico di Luigi Pirandello, di Carmelo Bene e di Pier Paolo Pasolini.
In una delle sue apparizioni disse: “E' stata tutta una vita di sacrifici e di gelo! Così si fa il teatro”: serietà e severità che denotano un amore immenso per quest’arte. Eppure, il suo teatro, con quel suono di lingua napoletana, comunica leggerezza, fa divertire ma anche pensare. E’ tradizione e innovazione allo stesso tempo. E infatti diceva Eduardo: “Il pubblico viene a vedere le mie commedie perché si diverte e intanto porta pure a casa qualche cosa”.
Durante la serata al Farnese di Roma, la scenografa Raimonda Gaetani ha detto: “Vorrei non solo ricordare i momenti incantati, di invenzione, trascorsi al cospetto di questa intelligenza strabiliante che era Eduardo, ma vorrei augurare a tutti e soprattutto ai giovani di ricordare la figura di Eduardo, sommo drammaturgo ed accademico. Eduardo è come Moliére, cioè un manipolatore della realtà. Ancora oggi quella sua maniera di scavare nell’animo è attuale, pensiamo ad esempio alla commedia “Napoli Milionaria”. Vorrei augurare a tutti di mantenere viva la grandezza di questo commediografo, uomo di teatro e poeta”.
Infatti, Eduardo fu anche un raffinato poeta. Le sue poesie sono profonde, a tratti viscerali, e come il suo teatro, appaiono leggere e allo stesso tempo sono una lezione di vita, incantevoli e impregnate di senso dell’umano. L’uomo Eduardo e l’artista Eduardo ci parlano con una lingua che non ha bisogno di essere rielaborata e adattata ai nostri tempi perché è già contemporanea ed universale.
“Il nostro Eduardo” è un docufilm da vedere e rivedere, da far conoscere ai giovani e a tutti coloro che vogliano immergersi nell’Arte e nella Vita di uno dei più grandi drammaturghi italiani di ogni tempo.
© SARAPEGBE.
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione
TEXTO EM PORTUGUÊS (Testo in italiano)
“Il nostro Eduardo” docfilme da Arte e da Vida
por
Antonella Rita Roscilli
NuoviPercorsi/Sarapegbe, 3 novembre 2024
“Il nostro Eduardo”, docfilme dirigido por Didi Gnocchi e Michele Mally, foi apresentado no dia 31 de outubro passado no Cinema Farnese Arthouse de Roma, na Itália, por ocasião do quadragésimo aniversário da morte do grande dramaturgo napolitano Eduardo De Filippo. A noite teve uma introdução do crítico de cinema Maurizio Di Rienzo, e contou com intervenções da cenógrafa Raimonda Gaetani, da atriz Angelica Ippolito e do diretor e roteirista do filme, Didi Gnocchi.
O docfilme pretende celebrar a figura do grande mestre, cujo teatro é hoje mais contemporâneo do que nunca, com temas, valores e dinâmicas atuais. Nascido em Nápoles em 24 de maio de 1900, Eduardo soube descrever com profundidade a crise familiar, as relações geracionais, a luta entre a verdade e a ficção num mundo competitivo e alienante.
Foto di A.R.R.
A biografia dele é contada pela própria família, através das memórias dos netos Matteo, Tommaso e Luisella, filhos de Luca De Filippo, que abriram as gavetas da memória para revelar fotografias inéditas, cartas e filmes que retratam o verdadeiro Eduardo, longe das narrativas tradicionais e transfiguradas pelo tempo.
Esta narrativa revela-nos um Eduardo profético, visionário e imbuído de uma humanidade extraordinária. A atenção à verdade, a denúncia das injustiças e a procura de uma saída através do diálogo são apenas alguns dos valores que defendeu e que colocou em cena ao longo da sua vida. Suas obras nos levam a refletir sobre a importância das palavras e da discussão em uma época em que notícias falsas e manipulações midiáticas afligem nosso cotidiano.
O roteiro delicado e intenso, criado por Didi Gnocchi, Tommaso De Filippo, Maria Procino e Matteo Moneta, com um ritmo surpreendente, sublinhado pela música intensa de Nicola Piovani, faz mergulhar o espectador nas águas da história do homem e ao mesmo tempo do artista, mostrando a biografia e a atividade artística como um unicum imerso no contexto histórico em que Eduardo atuou e viveu.
No entanto, tudo revela-se atual e universal pelos temas e valores que emergem da sua vida e das suas comédias teatrais. Um homem que viveu para o teatro e lutou muito por ele, como na época em que conseguiu resgatar o abandono do teatro "Ferdinando II" na sua queridissima Nápoles. Um homem que sofreu ao enfrentar a morte repentina da sua filha Luisella, mas também fortemente envolvido no trabalho social com suas atividades em favor de crianças napolitanas carentes.
Junto com seus irmãos Peppino e Titina, também dedicados à arte cênica, era filho ilegítimo de Eduardo Scarpetta, o mais famoso ator e dramaturgo da época. Viveu, portanto, uma infância complexa em que o teatro logo se tornou uma terapia para a sua alma, um extraordinário observatório das almas do homem moderno, inconstante, pronto a transigir, contraditório, frágil, mas sempre à procura de uma saída. Eduardo, o mais brilhante e intelectual entre os três irmãos, foi amigo de Luigi Pirandello, Carmelo Bene e Pier Paolo Pasolini.
Numa de suas entrevistas ele disse: “Foi uma vida inteira feita de sacrifícios e gelo! É assim que se faz teatro”: seriedade e rigidez que denotam o amor imenso dele por esta arte. Mas o seu teatro, com aquele som da língua napolitana, comunica leveza, faz entreter, mas também pensar. É tradição e inovação ao mesmo tempo. E de fato Eduardo disse: “O público vem ver as minhas comédias porque se diverte. Entretanto, também leva alguma coisa no pensamento para casa”.
Durante a noite no cinema Farnese, em Roma, a cenógrafa Raimonda Gaetani disse: “Gostaria não apenas de relembrar os momentos encantados e inventivos passados na presença desta inteligência surpreendente que foi Eduardo, mas gostaria de recomendar a todos, mas particularmente aos jovens para relembrar sempre a figura de Eduardo, grande dramaturgo e acadêmico. Eduardo é como Moliére, ou seja, um manipulador da realidade. Ainda hoje em dia, a sua forma de mergulhar na alma é totalmente atual, pensemos por exemplo na comédia “Napoli Milionaria”. Gostaria de desejar que todos mantenham viva a grandeza deste dramaturgo, homem do teatro e poeta.”
Sim, porque Eduardo foi também um poeta refinado. Os seus poemas são profundos e, tal como o seu teatro, parecem leves e ao mesmo tempo são uma aula de vida, encantadora e imbuída de um sentido de humanidade. O homem Eduardo e o artista Eduardo nos falam com uma linguagem que não precisa de ser reelaborada e adaptada aos nossos tempos porque já é contemporânea e universal. “Nosso Eduardo” é um docfilme para ser visto muitas vezes, para ser apresentado aos jovens e a todos os que desejam mergulhar na arte e na vida de um dos maiores dramaturgos italianos de todos os tempos.
© SARAPEGBE.
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione
Traduzione in portoghese di A.R.R.
por
Antonella Rita Roscilli
NuoviPercorsi/Sarapegbe, 3 novembre 2024
“Il nostro Eduardo”, docfilme dirigido por Didi Gnocchi e Michele Mally, foi apresentado no dia 31 de outubro passado no Cinema Farnese Arthouse de Roma, na Itália, por ocasião do quadragésimo aniversário da morte do grande dramaturgo napolitano Eduardo De Filippo. A noite teve uma introdução do crítico de cinema Maurizio Di Rienzo, e contou com intervenções da cenógrafa Raimonda Gaetani, da atriz Angelica Ippolito e do diretor e roteirista do filme, Didi Gnocchi.
O docfilme pretende celebrar a figura do grande mestre, cujo teatro é hoje mais contemporâneo do que nunca, com temas, valores e dinâmicas atuais. Nascido em Nápoles em 24 de maio de 1900, Eduardo soube descrever com profundidade a crise familiar, as relações geracionais, a luta entre a verdade e a ficção num mundo competitivo e alienante.
Foto di A.R.R.
A biografia dele é contada pela própria família, através das memórias dos netos Matteo, Tommaso e Luisella, filhos de Luca De Filippo, que abriram as gavetas da memória para revelar fotografias inéditas, cartas e filmes que retratam o verdadeiro Eduardo, longe das narrativas tradicionais e transfiguradas pelo tempo.
Esta narrativa revela-nos um Eduardo profético, visionário e imbuído de uma humanidade extraordinária. A atenção à verdade, a denúncia das injustiças e a procura de uma saída através do diálogo são apenas alguns dos valores que defendeu e que colocou em cena ao longo da sua vida. Suas obras nos levam a refletir sobre a importância das palavras e da discussão em uma época em que notícias falsas e manipulações midiáticas afligem nosso cotidiano.
O roteiro delicado e intenso, criado por Didi Gnocchi, Tommaso De Filippo, Maria Procino e Matteo Moneta, com um ritmo surpreendente, sublinhado pela música intensa de Nicola Piovani, faz mergulhar o espectador nas águas da história do homem e ao mesmo tempo do artista, mostrando a biografia e a atividade artística como um unicum imerso no contexto histórico em que Eduardo atuou e viveu.
No entanto, tudo revela-se atual e universal pelos temas e valores que emergem da sua vida e das suas comédias teatrais. Um homem que viveu para o teatro e lutou muito por ele, como na época em que conseguiu resgatar o abandono do teatro "Ferdinando II" na sua queridissima Nápoles. Um homem que sofreu ao enfrentar a morte repentina da sua filha Luisella, mas também fortemente envolvido no trabalho social com suas atividades em favor de crianças napolitanas carentes.
Junto com seus irmãos Peppino e Titina, também dedicados à arte cênica, era filho ilegítimo de Eduardo Scarpetta, o mais famoso ator e dramaturgo da época. Viveu, portanto, uma infância complexa em que o teatro logo se tornou uma terapia para a sua alma, um extraordinário observatório das almas do homem moderno, inconstante, pronto a transigir, contraditório, frágil, mas sempre à procura de uma saída. Eduardo, o mais brilhante e intelectual entre os três irmãos, foi amigo de Luigi Pirandello, Carmelo Bene e Pier Paolo Pasolini.
Numa de suas entrevistas ele disse: “Foi uma vida inteira feita de sacrifícios e gelo! É assim que se faz teatro”: seriedade e rigidez que denotam o amor imenso dele por esta arte. Mas o seu teatro, com aquele som da língua napolitana, comunica leveza, faz entreter, mas também pensar. É tradição e inovação ao mesmo tempo. E de fato Eduardo disse: “O público vem ver as minhas comédias porque se diverte. Entretanto, também leva alguma coisa no pensamento para casa”.
Durante a noite no cinema Farnese, em Roma, a cenógrafa Raimonda Gaetani disse: “Gostaria não apenas de relembrar os momentos encantados e inventivos passados na presença desta inteligência surpreendente que foi Eduardo, mas gostaria de recomendar a todos, mas particularmente aos jovens para relembrar sempre a figura de Eduardo, grande dramaturgo e acadêmico. Eduardo é como Moliére, ou seja, um manipulador da realidade. Ainda hoje em dia, a sua forma de mergulhar na alma é totalmente atual, pensemos por exemplo na comédia “Napoli Milionaria”. Gostaria de desejar que todos mantenham viva a grandeza deste dramaturgo, homem do teatro e poeta.”
Sim, porque Eduardo foi também um poeta refinado. Os seus poemas são profundos e, tal como o seu teatro, parecem leves e ao mesmo tempo são uma aula de vida, encantadora e imbuída de um sentido de humanidade. O homem Eduardo e o artista Eduardo nos falam com uma linguagem que não precisa de ser reelaborada e adaptada aos nossos tempos porque já é contemporânea e universal. “Nosso Eduardo” é um docfilme para ser visto muitas vezes, para ser apresentado aos jovens e a todos os que desejam mergulhar na arte e na vida de um dos maiores dramaturgos italianos de todos os tempos.
© SARAPEGBE.
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione
Traduzione in portoghese di A.R.R.