Nessun altro autore della letteratura brasiliana ha ispirato tanta musica e canzoni come Jorge Amado. L’ispirazione può provenire dai suoi personaggi, dagli scenari o dalle innumerevoli storie che continuano ad incantare i compositori nazionali. Lui stesso ha navigato nelle acque della poesia musicata, sebbene abbia fatto poche collaborazioni.
 
Appare come un’equazione magica, ma realmente i romanzi di Jorge Amado ospitano una delle più dense avventure umane dove il sentimento, la ragione, il desiderio, il delirio e il sogno sembrano essere emanati da vegetazione o da strade e i personaggi “cavalli” o medium di questa energia creativa si rivelano archetipi della nostra anima profonda, provocando in chi li legge, con incantevole ispirazione, musica e poesia, siano esse coniugate o no, ma comunque come risposta esplosiva di una forma di Arte ad un’altra forma di Arte. Jorge ha il dono di far nascere altri doni.
 
E’ doce morrer no mar (insieme a Dorival Caymmi) è la colonna sonora del libro Mar Morto e arriva al nostro udito come se dimorasse nella nostra anima già da molto tempo. Proviene dalla voce di tutte le madri e di tutte le sirene, voci incantate e incantatrici, composizione creata a quattro mani dal Mare e dal Vento. “Na noite em que ele não veio / foi de tristeza pra mim / saveiro voltou sozinho / triste noite foi pra mim…/ E’ doce morrer no mar / nas aguas verdes do mar” (“La notte in cui egli non venne / fu molto triste per me / il saveiro tornò da solo / triste notte fu per me…/ E’ dolce morir nel mar / nelle acque verdi del mar”). Ellissi, metafore, antitesi, tutto questo avviene facendo un tripudio di poesia e immaginazione!
 
Nascono due veri “monumenti musicali” ispirandosi al personaggio principale del libro Gabriella, Garofano e Cannella. Parliamo del  tema di Caymmi per la telenovela: “Quando eu vim pra esse mundo / eu não atinava em nada /  hoje eu sou Gabriela / Gabriela, Eh!, meus camaradas” (“Quando venni in questo mondo / io non ne indovinavo una /oggi sono Gabriella /Gabriella, Eh! Amici miei”). E parliamo del tema di Tom Jobim per il film che ebbe la memorabile partecipazione dell’attore Marcello Mastroianni. “Chega mais perto, moço bonito / chega mais perto meu raio de sol…” (Vieni più vicino, bel ragazzo /vieni più vicino mio raggio di sole…”). Passando per Tieta, Dona Flor, Vadinho, la città di Bahia ritratta nella miniserie Tenda dos Milagres (E’ d’Oxum), sono vari i personaggi e scenari che nutrono la Musica Popolare Brasiliana (MPB) con la creazione amadiana.
 
In verità Jorge Amado, insieme a Dorival Caymmi inventò un universo, un luogo, una nazione diversa chiamata BAHIA dentro alla quale abitiamo tutti noi baiani. E siccome la nostra relazione viscerale con il mondo avviene attraverso la musica, tutti i segni di questo universo, che siano essi personaggi, luoghi o linguaggi, “chiedono” una melodia, una parola, una poesia che facciano navigare l’immaginazione del nostro grande autore attraverso il tempo.
 
Circa dieci anni fa Roberto Sant’Ana, uomo di cultura e produttore musicale, mi ha invitato per una  una sfida, ovvero quella di scrivere parole per canzoni su molti dei personaggi e scenari di Jorge Amado che ancora non erano stati registrati dall’ispirazione dei compositori brasiliani. Le melodie furono composte da vari musicisti invitati da Roberto che, ovviamente, divennero miei colleghi. Accettai subito e tornai a immergermi con doppio piacere nell’opera di Jorge Amado da cui mi ispirai per creare le parole di Perpétual (antagonista di Tieta), musicata da Roberto Mendes; Capitães da Areia, musicata da Jarbas Bitencourt; Memórias do Mar (per Os Vehos Marinheiros, I Vecchi Marinai) musicata da Vevé Calasans; Terras do Sem Fim, (Terre del finimondo) musicata da Saul Barbosa; Olhos de Xangô (per Tenda dos Milagres, La Bottega dei Miracoli), musicata da Lazzo Matumbi; Seara Vermelha, musicata da Carlos Pita; Quincas Berro d’Água, musicata da Gilson Babilônia e  Rosa Palmeirão, musicata da Edil Pacheco. Tutto questo è racchiuso in un CD memorabile, lanciato dalla Warner con la foto di Jorge Amado sulla copertina mentre esibisce un bel sorriso. Il CD è arricchito da altre canzoni registrate anteriormente e consacrate da altri autori e interpreti. Credo che la riedizione di questo CD sarebbe uno dei più bei regali che si possano fare a Jorge Amado nell’Anno del suo Centenario. Fatta la proposta, già riesco a vedere Jorge che sorride ancora di più nella copertina perché la musica è la più veloce e spirituale di tutte le arti. Quella musica che ha incontrato in lui e nella sua abbondante opera molta fonte e ispirazione senza fine. 
 
 
 
 

JORGE AMADO DE TODAS AS MÚSICAS
Jorge Portugal

Nenhum outro autor da nossa Literatura Brasileira inspirou tantas canções como Jorge Amado.A inspiração pode vir dos personagens, dos cenários, ou das inúmeras histórias que mantêm sob encanto os compositores nacionais. Até ele próprio, Jorge, andou navegando pelas águas da poesia musicada, mesmo que em poucas parcerias com melodistas invulgares.

Parece uma mágica equação: os romances de Jorge abrigam a mais densa aventura humana, onde sentimentos, razões, desejos, delírios e sonhos parecem emanar de matas ou de ruas, e os personagens, “cavalos” ou médiuns dessa energia criativa,revelam-se arquétipos de nossa alma profunda, retirando, de quem os lê, com inspiração requintada, música e poesia, conjugadas ou não, como resposta explosiva de uma forma de Arte à outra forma de Arte.Jorge tem o dom de despertar dons.

“É doce morrer no mar” ( parceria com Dorival Caymmi), trilha de Mar Morto, chega aos nossos ouvidos como se já estivesse em nossa alma há muito tempo.Vem pela voz de todas as mães e de todas as sereias, vozes encantadas e encantadoras, composição criada a quatro mãos pelo Mar e o Vento.” Na noite em que ele não veio/ foi de tristeza pra mim/saveiro voltou sozinho/triste noite foi pra mim.../ É doce morrer no mar/nas águas verdes do mar”.Elipses, metáforas, antíteses, tudo fazendo a festa da poesia e da imaginação!

Em  Gabriela, Cravo e Canela, dois verdadeiros “monumentos musicais” inspiram-se na personagem principal: o tema de Caymmi, para a novela: “Quando eu vim pra esse mundo/eu não atinava em nada/hoje eu sou Gabriela/Gabriela, eh!, meus camaradas”; e o tema de Tom Jobim, para o filme, que teve participação memorável de Marcelo Mastroianni: “Chega mais perto, moço bonito/chega mais perto meu raio de sol...” Passando por Tieta, Dona Flor, Vadinho, a cidade da Bahia retratada na série Tenda dos Milagres( É D´Oxum), vários são os personagens e cenários que nutrem a MPB com a criação amadiana.

Na verdade, Jorge Amado (em parceria com Dorival Caymmi) inventou um universo, um lugar, uma nação diferente chamada BAHIA, dentro da qual todos nós – baianos – moramos.E, como nossa relação visceral com o mundo se dá através da música, todos os signos desse universo, quer sejam personagens, lugares, linguagem “pedem” uma melodia, uma letra, um poema que façam navegar pelo tempo a imaginação do nosso grande autor.

Há cerca de 10 anos, o homem de cultura e produtor musical Roberto Sant´anna, fez-me um desafio: escrever letras para os demais personagens e cenários de Jorge Amado ainda não registrados pela inspiração dos compositores brasileiros.As melodias viriam de vários músicos convidados por ele, Roberto, que, obviamente, se tornariam meus parceiros.Topei de imediato e voltei a mergulhar com redobrado prazer na obra de Jorge, de onde tirei as letras de Perpétua( antagonista de Tieta), musicada por Roberto Mendes; Capitães da Areia, musicada por Jarbas Bitencourt; Memórias do Mar( para “os Velhos Marinheiros”), musicada por Vevé Calazans;Terras do Sem Fim, musicada por Saul Barbosa; Olhos de Xangô( Tenda dos Milagres), musicada por Lazzo Matumbi;Seara Vermelha, musicada por Carlos Pita;Quincas Berro D´Água, musicada por Gilson Babilônia; e Rosa Palmeirão, musicada por Edil Pacheco.

Tudo isso num cd memorável lançado pela Warner, com a foto de Jorge Amado na capa, exibindo um raro sorriso, e acrescentado das outras canções anteriormente gravadas e consagradas por outros autores e intérpretes. Creio que a reedição desse CD seria um dos belos presentes a Jorge Amado, no seu centenário.Feita a proposta, já posso ver Jorge redobrando o sorriso de contentamento , porque a música, a mais veloz e espiritual de todas as artes, muito encontrou nele e na sua obra fonte farta e inspiração sem fim.