Terreiros e vermelhos, mares e rios
refletem a tua cara na lua,
em São Jorge dos Ilhéus,
além de Salvador,
palavra da procissão, face de Itapuã,
meu eterno escritor.
Língua solta de Ogun, alma branca de Oxalá
teus caminhos cruzam mundos, com teus pés fincados cá,
com teus olhos fixos enxergas além do vento,
tua flecha, teu cajado, tua pena,
teu tinteiro risca os quatros ventos.
Mesmo dentro da luz, o teu brilho é bem maior,
a chama que clama tua força, também cai aos teus pés,
és um amor incondicional, amado por inimigos,
venerado por teus amigos, rompe os universos rindo,
cria mundos e vira personagem de igual para igual.
Meu poeta és soberano, porque é demasiadamente humano,
Hermano de todos.
Pedra angular, de Pelôs, de Yemanjás,
da Barra, da saia de Oya,
das sandálias de Gabriela, do amor que conjugas o verbo Zeliá.
Existe um elemento novo,
de novo que seu centenário teima em criar,
recriar, reorganizar. O Espírito Amado que paira para festejar,
que caminha lado alado, com sua amada pena,
com a amada Zélia, com teus santos e orixás...
Com teus amigos eternos, com Deus no Orun, e aqui,
presente, contente, brincando,
correndo e mergulhando nas águas do teu Rio Vermelho
junto a Odoyá, que acalenta esse menino Amado,
Jorge Amado de lá e de cá.
Jorge de todos, quantas histórias,
a memória da Bahia é o mundo,
o teu amor por ela...
Se traduz no amor que temos por você meu amado escritor.
Salve Jorge, Viva Jorge, Amado Jorge. Jorge Amado.
Axé!